sexta-feira, 20 de março de 2015

AFRONTA

untitled


Hoje eu não vou falar do editor online onde alterei uma foto minha, dessas 3X4, nem qual foi o outro editor que me permitiu fazer os pontinhos cor de vinho na região dos olhos.
Há pouco de um mês conheci Larissa (Alves), jornalista recém-formada e, como eu, estava indo à Oficina Cultura Hilda Hilst para se inscrever em oficinas. Eu, na de curadoria e crítica de arte; ela, na de moda.
Conversamos no caminho, no ônibus ela tinha me perguntado onde era a Ferreira Penteado, indiquei, descemos, eu também ia para a mesma rua.
Ali já comecei a ver o que vai pela cabeça dela. Perguntou se eu sabia que sou parecida com a escritora Alice Walker, a de Cor púrpura, livro que foi filmado. Eu não tinha visto foto de Alice, fiquei curiosa para ver. O filme eu assisti, com a atriz Whoopi Goldberg, fantástico!
Mas não é para falar de filme que estou aqui.
Está tudo interligado nesta vida, pois conhecer Larissa me levou a ser entrevistada, por sua indicação, por Phran Noctuam para o site AFRONTA.
Ele foi criado por três moças, Ana Maria Sena, Phran Noctuam e Stephanie Ribeiro,

ana maria sena 20

phran noctuam 19
Stephanie Ribeiro 21






 




para dar voz às mulheres negras, para que a gente conte um pouco como tem sido a nossa trajetória de vida, porque muitos acreditam que não há racismo no Brasil, mas sabemos e infelizmente experimentamos, sofremos discriminação em vários graus, desde aquela discriminação que demoramos a entender que foi até as mais explícitas, como ouvir de alguém, por exemplo, que sua arte é “coisa de negro” e não reconhecer o valor do que você faz.  Não aconteceu comigo, mas com uma artista negra que hoje vai ser  a única brasileira a participar da Bienal de Veneza na exposição principal. O nome dela é Sônia Gomes, escultora mineira


artista-mineira-representara-o-pais-na-56a-bienal-de-veneza
Eu nunca havia sido entrevistada. Quem fez a entrevista foi Phran e fui respondendo as perguntas por escrito, procurei ser sincera, me expus um tanto, porque não tem como falar da história que venho trilhando sem tocar em tristezas, frustrações, ainda que já superadas.
A entrevista me fez pensar, repensar minha arte, sobre ser mulher negra, artista, blogueira, pessoa. Uma provocação das boas! Ainda não parei de responder e de pensar nas questões colocadas.
Vou me desculpar pelas respostas longas, só quando vi publicada é que tive noção de quanto são longas, embora quem visite o blog sabe que falo muito.
O blog tem essa função mesmo de registrar minhas ideias, escoar o que penso, sinto, faço, vejo, ouço e na vida eu sou assim, lido com muitos assuntos, é uma multiplicidade de temas que me interessam. A entrevista me deu chance de falar sobre outras coisas além da arte.
Bem, estou no AFRONTA, junto com outras artistas negras e não só artistas, há algumas que militam contra o machismo, o racismo com garra e sensibilidade, são feministas. No site vocês podem saber mais sobre as criadoras dele, as rãzões para terem criado o site.
São três mulheres jovens, estudantes, guerreiras com muita consciência do seu papel na sociedade. São inspiradoras para mim de várias maneiras! Agradeço a Larissa e a cada uma delas pela entrevista.
Agradeço ao amigo Pedro (Cagnazzo), que citei numa das respostas, mas acabei não contando que voltei a fazer arte e nossas conversas têm muito a ver com isso, pelo apoio que seus comentários, suas leituras das imagens e as perguntas representam neste meu caminho de artista desde 2005.
O link está aí, eu estou muito feliz de participar do AFRONTA com minha história de vida e como artista negra que sou!

MARGA LEDORA NO AFRONTA




Nenhum comentário:

Postar um comentário