Olha só que lindo!
Eu acho.
Eu acho.
E não, não estou atrasada com as comemorações dos namorados, escrevo para falar de um escultor muito sensível e que emociona a mim e a muitos outros.
A escultura com coração é em bronze e se chama, em inglês pelo menos, Love is somewhwere II, de 2001. Sim, fala de amor.
Tive a grande sorte de descobrir Dan Fialdini, para variar, numa revista de segunda mão, num ano em que não consigo me lembrar. Mas não foi só a ela que recorri para escrever sobre mais essa minha descoberta.
Precisava de imagens e comecei a pesquisar na internet. Fui procurar a revista, me deu vontade de rever. Estava meio confusa porque fui certeira atrás da revista onde estaria o texto sobre Dan e não era aquela.
Tenho muitas revistas antigas na sala onde faço meus desenhos. Não encontrava a certa, cheguei a pensar que a tivesse trazido para cá (meu quarto), mas insisti e valeu a pena: Casa Vogue nº 2 de 1990, em "Dan Fialdini, quando a pedra fala", artigo do reconhecido crítico de arte Jacob Klintowitz.
"Filho de imigrantes é um curioso escultor de temas metafísicos. Trabalha o mármore com delicadeza, criando pequenas cenas e signos que interagem formando conjuntos em que o tempo parece imóvel", assim Klintowitz(1) descreve Dan numa página do site ECCO.
Sim, Dan trabalha o mármore
Não são de grandes dimensões as esculturas que ele faz, há quem as coloque sobre a mesa.
Eu fico impressionada com seus temas arquitetônicos e a beleza de cada peça criada por Dan e fico aborrecida porque não é bem divulgada, encontrei poucas imagens na internet, algumas são reproduções de dimensões muito pequenas e outras, as melhores não se pode salvar/copiar ficando restritas ao público talvez o da prória instituição, ou é preciso comprar o livro dele ou ainda ter sorte de pegar uma revista de decoração e ver uma de suas obras.
Colocar mais imagens do que Dan faz aqui me daria prazer, as obras dele falam por si sós e não tenho nenhuma intenção de me promover e sim de que mais pessoas saibam que Dan Fialdini existe e que se trata de um grande artista, quero compartilhar o que considero um privilégio que não deve ficar entre poucos. Quando o artista falece aparece um monte de gente para dizer que ele não recebeu o reconhecimento que merecia, só que do jeito que a coisa é feita só pode dar nisso mesmo! Divulgar depõe contra?
Dan é mineiro, de família de marmoristas; na revista, Klintowitz conta que ele foi o braço direito de Pietro Maria Bardi, o grande homem do Masp. Ao que parece esse trabalho deve ter feito com que ele demorasse a despontar como escultor (ler artigo no Estadão).
Eu falei em livro, o Arte na pedra
Até ver a capa do livro, e mais o fato de ver pouco obra do escultor, não tinha percebido como o pinheiro se repete na arte de Dan, há outra escultura linda
Não sei se há outro Fialdini escultor mas, antes mesmo de saber de Dan, já via o nome de Rômulo Fialdini assinando fotos e mais fotos em revistas de decoração e já o admirava como fotógrafo de obras de arte. São dele, por exemplo, as fotos das obras de arte do site do Projeto Leonilson.
Evidentemente que não vou falar muito em Rômulo, embora alguém já possa ir se perguntando se eu tenho um desejo secreto de ter meus desenhos observados pelos olhos e as lentes de deste outro Fialdini, artista da fotografia. Deliro, sim, levemente sobre isso.
Quero mostrar registro de um encontro dos dois irmãos. Eles fizeram uma instalação, na verdade foi Rômulo quem convidou Dan para a instalação Coração de Índio
História bonita a deles, o avô italiano veio ao Brasil trabalhar na construção de uma estrada de ferro, a Sorocabana, e se casou com uma índia. O resultado foi, entre outros, esse
Aqui ele em ação
na cozinha de sua casa(2).
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1. Jacob Klintowitz faz uma bela e merecida exposição do papel de italianos e seus descendentes no texto "Os italianos e arte brasileira". No site ECCO muito do que os italinos fizeram, fazem e vão fazer de importante no Brasil é destacado.
2. A foto tem como fonte a página da revista Casa Claudia
http://casa.abril.com.br/decorar/receber/eventos/decorar_191043.shtml
ML: Rômulo Fialdini fotografa bem mais do que para revistas de decoração e fotos de obras de arte. Ele tem um site muito especial, vale a pena folhear seus belos portfólios.
A escultura com coração é em bronze e se chama, em inglês pelo menos, Love is somewhwere II, de 2001. Sim, fala de amor.
Tive a grande sorte de descobrir Dan Fialdini, para variar, numa revista de segunda mão, num ano em que não consigo me lembrar. Mas não foi só a ela que recorri para escrever sobre mais essa minha descoberta.
Precisava de imagens e comecei a pesquisar na internet. Fui procurar a revista, me deu vontade de rever. Estava meio confusa porque fui certeira atrás da revista onde estaria o texto sobre Dan e não era aquela.
Tenho muitas revistas antigas na sala onde faço meus desenhos. Não encontrava a certa, cheguei a pensar que a tivesse trazido para cá (meu quarto), mas insisti e valeu a pena: Casa Vogue nº 2 de 1990, em "Dan Fialdini, quando a pedra fala", artigo do reconhecido crítico de arte Jacob Klintowitz.
"Filho de imigrantes é um curioso escultor de temas metafísicos. Trabalha o mármore com delicadeza, criando pequenas cenas e signos que interagem formando conjuntos em que o tempo parece imóvel", assim Klintowitz(1) descreve Dan numa página do site ECCO.
Sim, Dan trabalha o mármore
Não são de grandes dimensões as esculturas que ele faz, há quem as coloque sobre a mesa.
Eu fico impressionada com seus temas arquitetônicos e a beleza de cada peça criada por Dan e fico aborrecida porque não é bem divulgada, encontrei poucas imagens na internet, algumas são reproduções de dimensões muito pequenas e outras, as melhores não se pode salvar/copiar ficando restritas ao público talvez o da prória instituição, ou é preciso comprar o livro dele ou ainda ter sorte de pegar uma revista de decoração e ver uma de suas obras.
Colocar mais imagens do que Dan faz aqui me daria prazer, as obras dele falam por si sós e não tenho nenhuma intenção de me promover e sim de que mais pessoas saibam que Dan Fialdini existe e que se trata de um grande artista, quero compartilhar o que considero um privilégio que não deve ficar entre poucos. Quando o artista falece aparece um monte de gente para dizer que ele não recebeu o reconhecimento que merecia, só que do jeito que a coisa é feita só pode dar nisso mesmo! Divulgar depõe contra?
Dan é mineiro, de família de marmoristas; na revista, Klintowitz conta que ele foi o braço direito de Pietro Maria Bardi, o grande homem do Masp. Ao que parece esse trabalho deve ter feito com que ele demorasse a despontar como escultor (ler artigo no Estadão).
Eu falei em livro, o Arte na pedra
Não sei se há outro Fialdini escultor mas, antes mesmo de saber de Dan, já via o nome de Rômulo Fialdini assinando fotos e mais fotos em revistas de decoração e já o admirava como fotógrafo de obras de arte. São dele, por exemplo, as fotos das obras de arte do site do Projeto Leonilson.
Evidentemente que não vou falar muito em Rômulo, embora alguém já possa ir se perguntando se eu tenho um desejo secreto de ter meus desenhos observados pelos olhos e as lentes de deste outro Fialdini, artista da fotografia. Deliro, sim, levemente sobre isso.
Quero mostrar registro de um encontro dos dois irmãos. Eles fizeram uma instalação, na verdade foi Rômulo quem convidou Dan para a instalação Coração de Índio
Dan de olhos um pouco puxados.
Aqui ele em ação
na cozinha de sua casa(2).
E já que falei em cozinha e mesmo não tendo muito a ver, veja só isso
É um prato de Dan feito para o VII leilão da Associação dos Amigos do Museu Lasar Segall de São Paulo em 2004. E os pinheirinhos, eu não disse? Claro que ninguém vai usar esse prato para o almoço, é uma obra de arte!
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1. Jacob Klintowitz faz uma bela e merecida exposição do papel de italianos e seus descendentes no texto "Os italianos e arte brasileira". No site ECCO muito do que os italinos fizeram, fazem e vão fazer de importante no Brasil é destacado.
2. A foto tem como fonte a página da revista Casa Claudia
http://casa.abril.com.br/decorar/receber/eventos/decorar_191043.shtml
Marga,
ResponderExcluirLindíssimo o trabalho dele...
Muito sensível!
Gostei muito do coração e dos pratos.
Bjs
Oi Marga,
ResponderExcluirEstava procurando algo sobre o Dan Fialdini e cheguei ao seu blog.
Conheci o Dan no Instituto Moreira Salles, em Poços de Caldas. Ele fazia a montagem de uma exposição de Gonçalo Ivo, creio que em 2003. A diretora do instituto havia marcado um breve encontro para que eu mostrasse meu trabalho a ele, que já tinha visto e gostado muito de duas aquarelas minhas em uma exposição coletiva no próprio instituto. Levei algumas fotos e um caderno de estudos. No pouco tempo que dispunha para falar comigo, fiquei impressionado com sua elegância, seu olhar aguçado e a clareza com que analisou o que viu. Sugeriu que deixasse de fazer algumas coisas e continuasse num determinado caminho. Acho que ele foi certeiro e o adjetivo que usou para definir o que via em meu trabalho ecoa até hoje em minha memória. Ele viu a essência do que faço - percebeu claramente qual é minha busca. Não vejo muita coisa sobre ele na internet e não sei onde encontrá-lo, mas sou grato pelo precioso tempo que me dispensou. E eu agradeço a você, Marga, pela oportunidade de me deliciar nesta sua ótima postagem.
Abraços!