quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Louise Bourgeois



Ela é bárbara! Esta foto foi tirada por Robert Mapplethorpe, fotógrafo polêmico de que um dia eu falo. Bem, ele fotografava homens nus. Belas fotos... mas logo de homem? Eu não vejo problema mas havia quem criticasse. Mulher nua pode, homem não. Porque pênis não pode aparecer assim, explícito.
Debaixo do braço de Louise pode. A artista conta em seu livro Destruição do pai, desconstrução do pai como foi a sessão para esta foto em que ela exibe um de seus pênis, ou melhor, esta escultura é Fillette, de 1968.
Há várias interpretações para ela. Naturalmente que não escapa a uma leitura freudiana sobre a inveja do pênis pela mulher. Não vou enveredar por essa discussão agora e, mais que isso, prefiro reler o que a artista tem a dizer sobre a escultura nas páginas 198 e especialmente a 202 do livro citado.
Gosto de sua arte e do que escreve e diz. Concordo com ela quando diz que ser artista é um privilégio e uma maldição. De novo digo que ser artista não é só alegria, não é lazer, é bem mais complexo; mas não tenham medo, não falo em nome de todos os artistas, cada um tem seu processo criativo e tem uma opinião sobre o que significa fazer arte e ser artista. Para ela é uma luta, "um campo de batalha".

 

Outra consideração feita por Louise que me agrada: "Arte é uma garantia de sanidade", parece que ela considera que esta é a frase mais importante que já disse. 
Louise faz obras com conteúdos autobiográficos, como deixa claro o título do livro citado em que a figura do pai está presente. Creio que deva dizer que ela faz uma catarse, isso certamente mantém a sanidade, embora o que ela diz ao afirmar essa garantia é mais profundo que isso.

Acabo de encontrar mais uma escultura

 
Topiary, 2005, mármore rosa

Vibro com seus desenhos e gravuras. Ela faz uns guaches avermelhados

 
Femme, 2007, guache sobre papel

Adoro essa cor, já fiz desenhos com uma semelhante e uso sempre que sinto que é melhor do que usar o preto ou o sépia para o desenho. As duas obras, Femme e Topiary, fazem parte de uma série chamada Nature Study

Uma gravura em metal 

 Spiral woman, 2003, água forte e ponta seca

Tem um fato que ela conisdera importante que é ter podido fazer arte em paz por muito tempo. Creio que ela disse isso porque por algum tempo não expunha nem tinha necessidade de colocar à venda  no início de sua vida artística e pôde se desenvolver sem as pressões do mercado.

Paro por aqui, a todo instante me vem mais uma imagem, uma foto de obra, uma frase dela...
Espero não ter dito nada equivocado sobre o que já li a respeito dela, pois foi a um certo tempo.


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