domingo, 25 de abril de 2010

Artes em Sampa



Casa do Artista, Loja Jardins

Minha cabeça ainda não voltou de São Paulo, onde estive na segunda-feira passada. 
Casa do Artista, uma loja de materiais de arte que fica lá. Fui, num dia de sol, com uma leve brisa pela manhã. Dobrar a esquina e me deparar com a loja foi um impacto.
Aquele mundo de materiais à disposição. Um sonho real para qualquer artista que queira fazer arte com material de alta qualidade. 
Tintas da Winsor&Newton, como os meus favoritos bastões de óleo


E os papéis? 
Muito Fabriano 5, em várias gramaturas, um luxo! 
Horas, teria de ficar horas olhando cada coisa, verificando preços. Eu não conseguia pensar direito o que seria mais interessante comprar. Vim para casa apenas com uma bastão de óleo, o incolor, que eu tinha mais certeza de usar logo. 
A cabeça cheia de ideias, uma porção de folders sobre produtos.
É, mas não parei por aí. 
Livraria Cultura em Sampa é divina. A da avenida Paulista no Conjunto Nacional é um complexo de várias lojas, uma para cada área, fiquei um tempo na Loja Artes. Evidentemente livros e mais livros sobre artistas, questões teóricas etc. Arte.
Gravuras digitais estavam à venda lá. Eu olhei algumas bem de perto, queria ver a textura do papel onde foram impressas e como a tinta se assentava nele. Odiei o acabamento das ditas gravuras, um passe-partout de 4 cm, que leva quem compra a não ter a opção de enquadrar do jeito que quiser, pois está colado. Gosto de passe-partouts largos mesmo quando o desenho é feito num papel menor. 

Na vitrine uma exposição, que foi o que me motivou mais ainda a entrar na loja.
Nanquim, desenhos a bico de pena. Logo que entrei, vi um banner com informações sobre a artista Sonia von Brüsky, o curador, datas de abertura e de encerramento. Não perguntei nada, mas pensei na possibilidade de um dia expor meus desenhos naquela vitrine. Tem de se informar, não é?
A seguir fui à loja do IMS, Instituto Moreira Sales. (Lembrando que ainda é na Livraria Cultura.) Muito atraente, as portas de vidro são automáticas... Aliás, não se vê lá dentro, fui abduzida quando alguém saía da loja e vislumbrei o que havia dentro. 
Fotografia. 
Espaço dedicado à fotografia. Livros com fotos de obras de artistas plásticos, escultores (como Bez Batti, maravilhoso, que vi já estando de saída!), fotógrafos incríveis.
Patrick Bogner é um deles, vi Interiores, o catálogo de exposição del, pelo qual fiquei apaixonada desde a capa



Eu nasci na cidade de São Paulo, sei que lá há toda sorte de problemas das grandes metrópoles. Não preciso citar, estão o tempo inteiro nas tevês e jornais e diante de nossos olhos, se se vive ou vai até ela. 
As artes estão presentes naquela minha cidade. Fiquei um pouco lendo jornal na mesa de um café. Ali estava na sombra e havia uma brisa. Não me lembrava do cinza, da chuva, das enchentes é melhor dizer, do frio, do céu sem cor, era a minha São Paulo. É minha também quando está daquele jeito, virada, mas é amor com tristeza.
Depois lia entre um gole e outro de café para espantar a sensação do estresse com os atrasos dos ônibus, que foi cessando ao pisar a plataforma do metrô, de onde poucos minutos rumaria ao Paraíso e em seguida à Consolação.
Raramente ouso dizer que estou em paz, é uma agitação interna quase o tempo todo, mas ali estava pacificada. Fiquei naquela mesa, aguardando a chegada do amigo, que contaria novidades, enquanto descíamos a ladeira para me surpreender com a loja, de que falei no início, e com a Cultura e a cultura.
Uma palavra que de tão desgastada não costumo usar é felicidade. Só que gosto de  pensar que a situação que descrevi pode ter sido feliz no sentido exato da palavra. E, cá entre nós, ainda é.

Nenhum comentário:

Postar um comentário