segunda-feira, 12 de abril de 2010

Arquivo-morto


Sem título, 2001

Havia dias eu, mexendo em minha estante, resolvi tirar dali o arquivo morto para liberar o espaço para livros e revistas que andavam circulando pelo quarto.
Que surpresa encontrar desenhos que não via fazia muito tempo, a ponto de me esquecer de sua existência. Aliás, levei mais tempo ainda para ver porque dias se passaram sem que fosse abrir o tal arquivo.
São de 2001, entre eles está esse. Foi o primeiro que revi e me causou uma alegria tão gostosa, de fato uma surpresa agradável. Deu até para eu ficar dizendo "Fui eu que fiz", como se não soubesse ou não acreditasse.
Apareceram num momento importante porque no ano passado recomecei a usar as minas de tons terrosos para alguns detalhes em desenhos, então ver como fiz uso deles em desenhos mais antigos é bem adequado. Permitem que se façam texturas bonitas, arrisco dizer que se assemelham às que se conseguem em litografia. 
Sou muito ligada às cores das terras, os marrons, tanto o sépia quanto as terras naturais ou queimadas, também os ocres. Vou mudando os materiais mas essas cores me acompanham mesmo quando me encanto com outras. De vez em quando me dá uma vontade de azul ou vermelho, ou invento um verde ou mais, no entanto as terrosas nem penso em não usar, são parte essencial de minha paleta.
Alguns chamam de grafite, outros de minas, são da Koh-I-Noor. Adoro
          

Fico tentando lembrar em que circunstâncias esses desenhos foram feitos por mim. Por enquanto não sei dizer, posso ter visto as minas na loja e trazido para experimentar... O papel não é tão bom quanto os que costumo usar, trata-se de um papel de desenho creme da Canson, de baixa gramatura. Uma coisa tenho de admitir: a textura fina desse papel foi vital para os efeitos que obtive. Grana fina, sempre procuro papel assim para conseguir efeitos mais leves porém marcantes no desenho. 

Recorte de desenho

Este é um recorte de outro desenho reencontrado, igualmente sem título, para você ver do que estou falando. Olha só como são bonitas as linhas! Eu acho.
Ainda tenho de fazer uns ajustes na reprodução desse desenho antes de colocar aqui, porque, ao escanear, as imagens ficaram muito escuras. Só ontem comecei a me entender com o editor de imagens e consegui um bom resultado com o primeiro desenho visto. Um dia ainda falo sobre a saga da fidelidade de cores ao original com mais calma, mas não estou buscando um grau muito alto disso para esses desenhos no momento.
Veja o que acontece quando mudo o matiz e/ou a saturação do vermelho e do magenta (?), que compõem o marrom avermelhado do desenho:

                                              


São muitas as possibilidades e é preciso aprender a lidar com o editor. Eu me encanto, a tecnologia transforma, basta saber como fazer, onde clicar ou não. Para que alterá-los?, essa também é uma boa questão, eu sempre a faço para evitar mexer onde não é preciso. A tentação é grande com esses programas de editar imagens, procuro entender o limite que elas muitas vezes me ditam.
Dá para ver bem o resultado da edição e que tenho muito a aprender. Não tinha notado que as cores do desenho até ficaram boas, mas o cor do fundo já não me agrada tanto, cadê meu fundo creme?

Nenhum comentário:

Postar um comentário