sábado, 27 de novembro de 2010

Saída



Saí por ali. Percebi que havia descido na estação certa do metrô, a Paraíso, só na volta. 
Ao sair por essa porta pensava que havia descido na estação errada(1). Na Vergueiro, isso porque ao achar a seta indicando a Saída, que, sei lá o que me deu, eu buscava com certa pressa... bem, nesse momento lia também o nome de duas ruas, a Vergueiro e a outra não me recordo, nem vem ao caso, e saía assim mesmo.(1)
Na verdade a questão não era essa, não percebi onde desembarquei e menos ainda que não era a Saída que pretendia encontrar. Fui ver isso já ultrapassada a roleta e então decidi que não valeria a pena retomar o roteiro inicial, feito no dia anterior: chegar à av. Paulista, almoçar e ir à Casa do Artista, antes de ir ao Museu Lasar Segall para visitar a exposição e assistir à aula de fotografia.
Vergueiro, sabia que o Centro Cultural  São Paulo (CCSP) era nessa rua. Eu me propus a encontrar ou pelos menos almoçar por ali mesmo. Isso era necessário.
Não pensem que sabia para que lado devia ser o CC. Sabia que era no número 1000, só que não me lembrava. Não me ocorreu pensar nisso, estava ainda sob efeito da surpresa de não ter feito as coisas que me levariam à Paulista. Juro que não sei o que me deu para repentinamente procurar a Saída com uma certa... a palavra que pode descrever isso é determinação, minha. 
Saí andando rumo à Saída, na calçada, dobrei à direita e me fui pela Vergueiro.
Não me interessava por nenhuma lanchonete, lançava meu olhar o mais adiante possível tentando encontrar um prédio grande que pudesse ser o CC. 
Avistei um, já pronta para  refazer o caminho de volta e comer na Millenium, a primeira lanchonete com que não simpatizei.
Acredito que não preciso dizer, mas vou: aquele era.
Estranhei, não parecia ser porque imaginava um prédio com alguns andares, aquele era térreo e, de onde estava, do outro lado da rua, não conseguia ver o nome escrito no vidro da fachada. Só bem na frente, pude ler. 
Rua atravessada, entro, me dirijo ao balcão de informações e consigo um gentil cicerone até a lanchonete. 
Estranho é alguém chegar num centro cultural à procura de comida, mas não tinha alternativa. Expliquei que tinha compromisso, que desci na estação errada e demorei um pouco a chegar ali, então tinha de almoçar para depois ver se sobraria tempo para visitação. 
Andamos um pouco e indo rampa abaixo, ele me explicava aqui fica isso e aquilo e lá estão ampliando. Eu olhava a imensidão do prédio e não podia imaginar ampliações, céus!, para onde mais iria a construção de espaços já tão grandiosos. Fui insandecendo, no sentido positivo(3).
Resisti bravamente e segui meu roteiro. Almocei. 
Isso foi ao ar livre, ao lado de umas plantas, embora estivesse um friozinho. 
Só depois visitei o CC. Vi quase três exposições!(4) O que mais me chamou atenção mesmo foram os livros. Esses, em quantidades enormes e mais o direito a muitas mesas para leitura à vontade, vejam isso


Não é magnífica a visão? Não desci lá, vi de cima. Deu vontade de me jogar no mar de livros. Brincaderia, mas pensei de verdade, quase falei em voz alta! Um momento de livre-pensar, é só pensar.(5) Evidente que o ato realizado causaria danos aos livros e a mim.
Vi dois rapazes numa dessas mesas na parte externa do CC. Que inveja (positiva?)! Por que não moro em Sampa? A pergunta eu faço cada vez que vou lá, só não faço quando me esqueço ou dou uma "aquietada" e penso que a situação é não poder ainda. Mas no CC ela me veio numa enxurrada de letras e se prolongou numa repetição pulsante.

Quando as coisas têm de dar certo, com diz a filósofa e poeta Viviane Mosé, acontecem. Encontrei o maravilhoso CCSP



e, duplamente alimentada, me fui ao Lasar, como tinha de ser!

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1. Já suspeitara disso desde o trem, achei que não ouvi o motorista falar por qual porta devíamos descer para pegar o trem da outra linha, a Verde, para a av. Paulista. Confusão total, acho que foi por algum problema técnico que a porta da esquerda não abriu, ou fazia muito que não ia para aquelas bandas da Paulista... [25.11.10]
2. A saída do Paraíso é na rua de que não sei o nome. Também não estou encontrando foto com a dita cuja, vai acabar ficando essa aí mesmo. [25.11.10
É isso mesmo, não encontrei a foto da Saída por onde passei, esta é a foto Estação de Metrô Paraíso. [27.1.10] 3. Está uma chuva aqui. Vou dar uma parada no texto e ver se fotografo os arredores sob a chuva. De uma outra vez perdi a oportunidade. [25.11.10]
Fiz só duas. A chuva foi rápida. Quando revelar o filme, vou fazer uma postagem. [27.11.10] 
4. Já dentro da sala onde estava a exposição Arte Postal da 16ª Bienal, quando fui informada por um segurança de que estava em reforma. Não entendi porque depois notei no folheto que a exposição fica aberta ao público  até o dia 31 de janeiro de 2011.
5. O escritor Millôr Fernandes é quem diz isso sobre o pensar, é uma citação o que faço aqui.

ML_Na verdade, até agora não sei o que me deu para sair da estação, vi que havia algo errado e o nome da rua Vergueiro. Brinco, mas é sério, não tinha noção de por que tinha de sair dali. Foi ótimo, tive sorte de resolver andar naquela direção, tudo conspirou para o melhor acontecer. O equívoco me deu de presente a ida ao CC. Não encontrei foto da entrada dele, só a vista área. 
Lá me enchi de folhetos, passei os olhos nuns vídeos de arte, claro.
Foi bem chata a história da exposição que não pude terminar de ver, e não tive tempo de procurar alguém para reclamar. Imagina se vou lá especialmente para essa exposição, podia ser uma pesquisadora e como ficaria?
Entrando no site do CC, vão ver quantas atividades são possíveis. Há cinema, teatro, oficinas de artes plásticas, entre outras. É fantástico. Eu recomendo, no entanto, que desçam na estação Vergueiro, é bem mais perto!
Não sei se não ficou confusa a descrição que fiz aqui do episódio, desci no lugar certo, estação Paraíso, só o rumo é que foi inesperado, a busca da Saída.

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