sábado, 7 de agosto de 2010

Museu Lasar Segall


Fachada do Museu Lasar Segall(1)

Hoje eu não faço ideia de qual a temperatura em São Paulo, mas na terça-feira passada estava frio, muito frio e a cidade com o céu cinzento e uma garoa que me fui obrigada a usar luvas de lã e me abrigar sob a marquise do Museu Lasar Segall durante horas até que as portas fossem abertas às 14h.
Cheguei um bocado cedo, umas três horas antes, por uma boa causa. Não fui para ver exposição, eu queria me inscrever num curso de fotografia lá e, na dúvida e na ansiedade, decidi levar a sério essa espécie de disputa para ser uma das 12 pessoas a se inscreverem. O critério era a ordem de chegada, então fui cedo.
Houve dificuldade para chegar à cidade, o transporte de Campinas a São Paulo está um caos, a empresa Cristália não colocou o ônibus das 8h30 e, como se fosse uma caridade, permitiram que os passageiros ludibriados viéssemos no de 8h41. Eu, pura tensão para embarcar de uma vez, tive de deixar de reclamar e, boicotando meu direito de consumidora, não fui ao balcão de passagens, embarquei rumo ao museu. Garantir minha vaga era a prioridade!
Eu, plantada em frente ao museu, demorou mas as pessoas foram chegando. Primeiro três  candidatos aos cursos, que, logo percebi, estavam interessados também em fotografia criativa e, cautelosa, fui me aproximando da porta para marcar minha presença e depois acabei sendo explícita após me perguntarem o horário de abertura. 
Iniciamos uma conversa agradável e mais pessoas chegando e a fila crescendo atrás de mim: Gabriel e duas irmãs, em seguida Aline, mais uns dois rapazes (que não entraram na conversa), Agnes e, no meio das conversas, os outros. Eu não soube os nomes de todos, a conversa ficou entre nós.
Ao abrir a porta, eu, cansada e trêmula de frio por estar parada ali por muito tempo. Entrei com passo lento, indo à recepção onde faria a inscrição(2)
Meu RG passo à atendente e começo a preencher o formulário, quase não acreditando que conseguira a vaga. Por último faço o pagamento da inscrição e, sim, nesse momento já sou aluna do Lasar Segall! Isso é maravilhoso, pode acreditar estou muito bem com isso! Valeram as horas de espera, cada uma.
Vou escrever sobre o museu e, claro, sobre o artista Lasar Segall aos poucos, porque vou estar lá semanalmente até novembro. Muito o que contar, há umas semanas estive no atelier de gravura de Segall, aliás, ali era a casa dele, o que para mim é emocionante e me faz sentir uma energia muito forte, tem um aconchego de morada. Imagino, ou melhor, não imagino quantas vezes ele passou por aqueles espaços, onde lhe veio a imagem desse ou daquele quadro agora exposto em uma das paredes e diante do qual esteve sabe-se lá por quanto tempo.
Para ir ao ateliê de gravura de Segall passa-se por um jardim. Como estava chovendo no dia em que fui lá, não prestei muita a atenção a ele, queria chegar quanto antes ao ateliê




onde ele fez gravuras em metal


Grupo de emigrantes no tombadilho
ponta-seca e água-forte, matriz de zinco

entre outros tipos de gravuras, incluindo litografias (matriz de pedra calcárea). Fiquei encantada com a quantidade de prensas que há nesse ateliê e gostei de conversar um pouquinho com o orientador, também artista plástico, Paulo Camillo Penna, que estava dando aula. Mas isso foi antes de me decidir pela fotografia, embora continue apaixonada por gravura.
O museu é um local onde são expostas obras não só de Lasar Segall. Hoje abriu uma exposição bem importante para mim, trata-se das obras de Hilal Sami Hilal, artista plástico por quem tenho admiração desde os anos 1980, porém nunca tive oportunidade de ver obra dele pessoalmente. Imagine se não estou achando mais que propícia a necessidade de ir ao museu para a oficina e ainda ver a exposição dele. 
Basta a descrição de algumas obras de Hilal para eu me colocar desejante em ver. Nas fotos já se pode perceber, por exemplo, a beleza rendada de Seu Sami

Seu Sami, 2007, cobre

Só na próxima semana é que vou conhecer a orientadora da Oficina Básica de Fotografia Criativa Vera Albuquerque e ir ao espaço destinado às aulas. Eu me entusiasmo porque vou aprender a lidar com câmera de fotografia analógica (câmera não digital) e também a revelar fotos.
Pretendo chegar mais cedo ao museu, não como no dia de inscrições, e irei rumo a Atlas, nome da exposição e de uma obra de Hilal. Sei que vai ser como um encontro. Hilal é homem sensível. Seu Sami era seu pai.


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1. Esta foto pertence a FlaviaC no link http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Museu-lasar-segall.JPG
2. No mês passado estive em Sampa para fazer o reconhecimento do local e poder chegar mais rápido possível no dia das inscrições mas não para o curso de fotografia e sim o de gravura em metal, mas houve uma alteração de rota de que falo em outra ocasião.

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