Sim, faz um tempo grande que não publico uma linha no blog. Quero agradecer aos que continuam seguindo o blog, visitando! Vejo o número de visitas crescendo dia a dia mesmo na minha ausência!
Isso é muito especial pra mim, porque tenho pensado em parar de escrever aqui, cheguei a criar um blog na WordPress (Marga Ledora), outra plataforma mais badalada que esta em que está o meu blog. Na verdade, há motivos técnicos e também uma preocupação com o destino de minhas postagens, será que quem cita o que escrevo diz a fonte? Sei que isso é internet e a questão da autoria fica numa zona nublada, embora direitos autorais existam e devam ser observados.
Participei de um laboratório de criação literária e descobri que o que escrevo aqui são ensaios e têm valor, foram considerados bons até para um livro pelo coordenador, o escritor Marcelino Freire, que admiro!
Isso foi muito depois de minha preocupação com o destino dos meus textos e sobretudo um susto que tomei no ano passado ao tentar entrar no blog e receber o aviso do Blogger de que não podia mais, uma situação que me desgostou um bocado!
Estou de volta, gosto deste blog, ele é meu cartão de visita, sempre falo nele quando alguém pergunta o que faço. Faço arte e tenho um blog, um blog abandonado algumas vezes, mas meu blog querido! Volto pra contar que ontem soube do prêmio Prix Canson 2016 vencedores, entre eles, Njideka Akunyili Crosby, que foi quem fez a obra acima e venceu em primeiro lugar.
Escrevi a respeito de arte sobre papel e compartilhei o link do site de Njideka na minha página de Facebook (Marga Ledora), onde tenho estado mais presente, dado que ali algumas postagens nem precisam de acompanhamento de texto para imagens/links. É algo mais dinâmico, vou achando e compartilhando.
A Canson é francesa e fabrica papéis para artistas visuais, nos últimos anos também para fotógrafos. O concurso foi para artistas visuais que usam seus papéis para desenhar, pintar, imprimir suas gravuras. O que me agrada por demais, pois papel é comigo! Um prêmio desses para arte sobre papel com direito a exposição no The Drawing Center em plena Nova York é uma maravilha.
E para completar, venceu uma artista, uma mulher negra, uma nigeriana, Njideka Akunyili Crosby. Ser mulher já é difícil no mundo das artes, sendo negra isso fica mais complicado, mas ela venceu pelo talento.
Cassava Garden, a obra acima, foi realizada com vários materiais: tinta acrílica, grafite, lápis de cor, carvão, tecido e transfer. Esse último é uma técnica de transferir uma fotocópia a laser de imagem ou de fotografia para outra superfície, seja papel, madeira. Muito usada em artesanato, mas em arte também, estou me lembrando de
Robert Rauschenberg usou isso no anos 1960, segundo o blog de Carol Morris. Estive dando uma olhada em vídeos e comumente se transfere imagem para madeira, tela e não para papel, não sei que materiais e como realizaram suas obras os artistas mencionados por mim. Isso certamente daria uma postagem só com esse tema.
Aqui o detalhe de I Always Face You, Even When It Seems Otherwise, nele podemos notar a infinidade de imagens que a artista escolheu transferir estampando a camisa, o piso, a borda da mesa
São inúmeros rostos, imagens de pessoas dos mais variados lugares, parece o mundo das imagens invadindo aquela cena. Vivemos mergulhados em imagens especialmente depois da internet, das câmeras de fotografia digitais, os smartphones, as redes sociais. Njideka fala da interligação em que vivemos, é por isso que usa tantas imagens, está tudo mesclado. A estampa do vestido, pensamos em algo africano, e, sim, tem isso, mas há muito mais imagens ali também.
Vemos o rosto da menina negra numa folha do primeiro quadro, talvez seja ela mesma, ou alguém da família. Li que Njideka desenha seus familiares negros, a si e o marido, como pode ser visto no bonito Nwantinti*
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* Não consegui saber o que significa essa palavra. Mas li que se refere a amor.
A fonte de Nwantinti é o site Smithsonian. As imagens das obras Cassava Garde e I Always Face You, Even When It Seems Otherwise vieram do site da artista Njideka Akuyili Crosby.
Lá tem muito mais obras dessa fantástica artista!
Aqui mais um link, nele Njideka Akunyili Crosby fala da obra Nwantinti, que fez parte de uma exposição que levou seu nome seguido de I Refuse to Be Invisible. Para ela, isso tem a ver com o fato de ser nigeriana, viver nos Estados Unidos, ter se casado com um americano e ficar entre dois mundos, sem perder sua identidade nigeriana.
Olhando o desenho dela e de seu marido, uma mulher negra e um homem branco, não tem como não pensar nas mulheres negras, nos negros do mundo. Não encontrei informação sobre Njideka ter tido problemas com racismo ou se em algum momento usou sua arte para tocar nesse tema. Isso é apenas um comentário, não considero essencial que um artista faça pintura, desenho, fotografia tomando como tema racismo, miséria, ecologia, mas gostaria de saber como Njideka se posiona sobre racismo.
Adoro suas postagens Marga!! Continue sempre!
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