Demorei mas é hoje que finalmente vou fazer o comentário de um comentário, sim, com uma alegria que não sofreu nenhuma diminuição com o tempo que passou até começar a escrever esta postagem, porque me falou muito profundamente.
Descobri o comentário, de que vou falar, indo à lista e foi ao mesmo tempo em que descobri outro comentário sobre uma postagem minha. Este último me deixou um tanto preocupada, quem quiser (re)ler
Comentário de comentário_retratação vai entender ao que me refiro, então tratei de responder logo.
Pode parecer estranho eu me ocupar com algo que me assustou e demorar tanto a contar sobre algo que me produziu o efeito contrário. A vida me fez ir para outros assuntos, outras postagens, a falta de tempo, rareei as postagens no blog... e, querem saber?, de um certo ponto de vista foi providencial pois tenho material novo para mostrar a todos e especialmente à pessoa que fez o comentário.
Na verdade levei uma surpresa quando li o comentário, aqui alguns foram feitos por amigos, de pessoas que conheço fora da internet e também na rede, digamos que sejam mais fáceis de acontecer. Não estou medindo, avaliando nenhum dos comentários que, amigos ou não, sentiram vontade de deixar por escrito publicamente no blog. São todos importantes, como são as pessoas que apenas visitam, entre elas as que acompanham o blog. Todos fazem com que continue pensando no que escrever, procurando fotos, livros, revistas, escrevendo com grande prazer.
Arte e visibilidade. Artistas plásticos, escultores, desenhistas e uma infinidade de artistas visuais não têm uma visibilidade grande para o público em geral e mesmo para os que são apreciadores de arte. A arte normalmente não torna o artista uma celebridade como ser ator de Hollywood ou de novelas brasileiras. Não tenho uma opinião formada sobre esse assunto, a mim parece que não daria mesmo certo para alguns, arte precisa de um tanto de solidão…
Sim, atualmente há artistas que têm uma fama barulhenta por fazerem obras que chamam a atenção da mídia como o artista Damien Hirst
1, o que já partiu uma vaca e um bezerro ao meio e colocou no formol e, yes, expôs na Tate de Londres e na Bienal de São Paulo
Mother and child divided2
Não me proponho a escrever sobre essa obra ou o artista, levaria um tempo considerável, como quem me acompanha sabe que faço quando começo a falar, não vejo onde parar.
Bem, preciso dizer que não gostei da obra?
Aliás, nem chamo de obra de arte, nem de artista
3, que artista para mim é uma pessoa que faz
arte: pensa num tema, usa certos materiais, certamente não uma vaca, e, ao final do processo criativo (disse criativo!), se expressa, ainda que não consiga ou não considere relevante descrever o que fez ou dar sua intenção (se é que teve uma), explicação... a esse tipo de pessoa chamo de artista!
Artista é, por exemplo, o escultor Dan Fialdini.
Raro artista de quem se acha muito pouca informação, mesmo na gigantesca internet, o que considero uma pena pois mais pessoas poderiam amar sua obra se pudessem ao menos ver as fotografias delas.
Já escrevi aqui sobre ele, repito que é um privilégio ter descoberto Dan e me tornado cativa de sua arte. Volta e meia numa revista de decoração ou outra vejo, com encantamento, obras dele, sem pestanejar, sem nem mesmo ler a legenda porque cada uma tem o DNA dele. (Escrevo e noto que as letras do nome dele, DAN, e DNA são as mesmas!) A legenda é uma confirmação, sem dúvida. E, afinal, não sou especialista em sua obra.
Não havia encontrado uma boa fotografia dos baixos-relevos que faz, quando comecei a escrever este texto encontrei na revista
Bamboo
mas há pouco tive a grata surpresa de descobrir essa joia
Three pines
Quando da primeira postagem eu sabia que tinha de voltar a falar no escultor mas não imaginava que a causa seria um comentário à postagem.
Pronto, hora de contar que é Henrique Coutinho o causador dessa volta a Dan Fialdini. Suas palavras, Henrique, foram e continuam sendo tão boas de ler! Gosto de pensar que a comunicação que se estabeleceu entre a gente foi fantástica porque deixou isso claro. Não podia prever que alguém que conhece a obra de Fialdini fosse encontrar meu texto e gostar a ponto de escrever para contar suas impressões e ainda de me brindar com sua presença entre os que acompanham o blog.
É o que comentei certa vez sobre saber que o blog é visitado, há o contador de visitas, mas, quando alguém manifesta sua opinião, bem, aí é que tenho um noção do que vai pela cabeça de quem vem aqui.
Quero falar um pouco de você, Henrique.
Faz fotografia, pintura , faz algo que acho uma arte difícil que é aquarela, faz ilustrações, arte digital...
Aqui só uma palhinha, algumas de suas obras de que gosto mais. Dá para ver muito mais nos links que podem ser encontrados no seu blog
Henrique Coutinho – Artista Visual
Várzea dos Sonhos 6C
Fotografia impressa em papel 100% algodão
Lugares 4
Acrílico
Serra Caldas 2002
Aquarela
Não sei como consegue dominar essa tinta que tem uma tendência a se espalhar…
Henrique e todos os que gostamos das obras desse escultor fantástico, vamos poder ver muito mais e saber detalhes de sua biografia no site de onde saiu a foto que comentei ter acabado de encontrar. É só clicar ali
A primeira postagem de que falei é
Dan_ o Fialdini escultor para quem quiser entender esta que vou terminando de escrever e especialmente para ler no comentário de Henrique as palavras que sempre me emocionam.
Espero que você, Henrique, goste da postagem, embora eu tenha andado com o texto até pela polêmica sobre a arte de Hirst, a postagem é ainda uma resposta ao seu comentário.
Mostrar sua arte eu quis porque é um artista desses que se pode admirar as obras!
Ninguém tem noção do que é expor meus pensamentos aqui e prazer de notar os visitantes, os comentários e ainda ter o privilégio dos que acompanham o blog colocando suas fotografias aqui do lado.
São todos meus motivadores!
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1. Creio que a obra de Hirst fique mais bem adequada em uma dessas instituições de pesquisas naturais, um museu de ciências naturais, de biologia. Ele também partiu ao meio outros animais, cortes longitudinais... terríveis, era de convocar alguma instituição protetora de animais para ver em que condições foram mortos os bichos, como a zebra. Por que tirar a vida de uma animal para expor dentro de caixas de vidro cheias de formol?
Juro que não tinha pensado nisso com a visão crítica com que o fiz aqui e que era necessário ter porque já vi exposições fechadas ou obras retiradas de exposições por outros motivos menos graves do que tirar a vida de um animal como fez Hirst! Com o tempo vou ficando mais atenta...
Para quem quiser pode procurar mais sobre ele e também outros artistas, acho interessante o artigo “Como fazer escândalo e ficar rico com a arte”.
2. Foto de quando foi exposta na Bienal de Arte Moderna de São Paulo
www.40forever.com.br/mega-expo-comemora-os-60-anos-da-bienal-de-sp/
3. Alguns chamam Hisrt de artista plástico, acho que isso é um equívoco, pode ser um artista visual, se insistem, porque aquilo são instalações… definitivamente ele não faz o meu gênero, acabo de ver borboletas de verdade incrustradas em sua pintura mol-tagge.blogspot.com.br/2011/01/artista-plastico-damien-hirst-polemico.html
Sem dúvida a morte é um assunto para ele! Mata fazer o que chama(m) de arte!
Ainda quero pensar sobre o que é arte, o que é artista plástico e artista visual e sobre limites ou bom senso na arte, um até onde ir para realizar uma obra de arte.
ML_Este texto comecei no dia 28 de novembro de 2011 às 13h38, mas, com a descoberta do site de Dan Fialdini hoje, nada mais justo do que a data de publicação seja esta. É um dia bom, o site de Dan me chegou em boa hora. Ele estava nos devendo um site assim!
23h54: eu me esqueci de dizer que a fotografia que da revista Bamboo com os baixos-relêvos foi feita por Rômulo Fialdini, o admirável irmão de Dan. Outro artista de verdade!